domingo, 26 de fevereiro de 2012

Um Grande Encontro Carnavalesco


As águas da Baía de Paraty certamente já testemunharam muitos encontros históricos. Grandes navegadores já partiram destas águas para singrar oceanos tropicais e também os mares gelados das altas latitudes.
Mas certamente estas águas também testemunharam, ao longo dos anos, encontros de amigos, cuja relevância está na própria história destes indivíduos.
Voltando no tempo, em março-abril de 2009 quando iniciamos a busca pelo projeto da construção do Bepaluhê, conhecemos um simpático e reservado casal de navegadores “Nômades”, como eles mesmo se entitulam. Na época, Luis Manuel e Marli  estavam acorados no Clube dos Jangadeiros em Porto Alegre, finalizando a construção de seu novo veleiro GREEN NOMAD, o primeiro exemplar de um lindo novo projeto do escritório do Cabinho (Roberto Barros Yacht Design) em parceria com o proprio Luis Manuel Pinho, engenheiro metalurgista de formação, Yachtdesigner autodidata e navegador por opção.
Luis Manuel, além de grande amigo e incentivador de nosso projeto, foi o responsável por todo o projeto de corte em CNC das chapas de alumínio do nosso veleiro. Foram muitos meses de convívio, seja de corpo presente ou pela internet, trocando informações e ganhando graciosamente muitas informações sobre o universo náutico e a arte da navegação. Durante estes meses de convívio eu sempre dizia ao casal, espero encontra-los um dia em Paraty, cada um em seu barco, para um churrasco ou um simples chá. E a resposta, sempre rápida e afiada, dizia com o humor próprio dos grandes navegadores: “espero vocês do outro lado… depois da última comporta do Canal do Panamá”
O tempo passou e neste último feriado de carnaval o encontro histórico aconteceu nas águas quentes do saco do Mamanguá, bem lá no fundo, onde o baixo calado é indispensável à navegação segura, com a quinha roçanco o fundo lodoso daquelas águas cheias de vida, com 1,4 mts de profundidade, as tripulações dos veleiros GREEN NOMAD e BEPALUHÊ se encontraram para um churrasco agradável  e um papo tranquilo como só eles, os nômades, sabem ter.

Abaixo: veleiro Green Nomad ao fundo do Saco do Mamanguá,
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O casal Luis Manuel e Marli vindo de bote ao nosso encontro
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Neste dia dormimos, nós (Bepaluhê) e eles (Green Nomad) sozinhos lá no fundo do Mamanguá. Outros veleiros passaram por lá naquela tarde agradável, mas preferiram retornar para dormir em outras ancoragens.
A noite foi tranquila, uma névoa suave impediu apreciar o céu estrelado daquela noite, mas o clarão das luzes da cidade por traz da montanha nos permitiam ver ao longe o relevo das margens e do mar. Os plânctons brilhavam a todo momento, denunciando a intensa vida marinha naquelas águas, peixes pulavam ou nadavam deixando seu rastro de luz fluorescente na água.
Pela manhã, após um rápido mergulho na água e um cafezinho quente, levantamos âncora, nos despedimos dos amigos Luis e Marli, e seguimos lentamente margeando a boreste das ilhas grande e pequena, rumo à Vila do Cruzeiro.
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Observamos extasiados a imponência do Pão de Açucar …
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… e a beleza da Vila do Cruzeiro.
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Até encontrarmos na mesma margem de boreste uma agradável prainha (não sei o nome) com águas calmas e rasas nas quais as crianças podiam nadar e brincar com tranquilidade. Ancoramos com 1.4 mts de profundidade com o leme do Bepaluhê quase tocando no fundo.
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Dava para ir caminhando dentro da água ate a popa do barco para buscar água ou os brinquedos. Ancoragem nota 10!!
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Aos amigos GREEN NOMADs, o nosso muito obrigado pelo convívio, espero que tenham gostado do chá e até … uma outra ancoragem ou quem sabe… do outro lado de Miraflores.