domingo, 17 de junho de 2012

Vou com as três

Olá amigos, 

Faz tempo que tenho me questionando sobre as vantagens e desvantagens da armação em "cutter" do  Bepaluhê, cheguei até a pensar em trocar a minha genoa 110 por uma maior 130 ou 150% , buscando um melhor rendimento em ventos fracos.

 

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Mas depois de estudar um pouco e buscar a opinião de especialistas como o próprio projetista do barco, o conhecido Cabinho (Roberto Barros), os especialistas da veleria Olympic Sails que confeccionou todas as velas do Bepaluhê. e também um guru das velas, o Arnaldo Andrade da veleria Cognac,  descobri que estava equivocado pois abrindo as minhas duas velas de proa eu terei uma área vélica superior a uma genoa 150%.

Foi só aí que eu entendi realmente a diferença entre a armação em "sloop" ou "cutter" e que a minha stay sail não servia somente para reduzr a área vélica em situações de ventos fortes, mas também, e principalmente, para aumentar a área vélica em situações de ventos fracos. 

 

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Com este pensamento, recentemente voltei a abrir as duas velas de proa e realmente concluí, na prática, aquilo que a teoria já falava,  com as três velas abertas eu ganhei quase 1 nó de velocidade.

Que delícia!! Finalmente eu descobria qual a função daquelas duas velas de proa, e também deixava de querer uma genoa maior para os ventos fracos.

 

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Outro ponto importante, que fui administrando aos poucos, foi a questão da dificuldade de cambar com a genoa na armação em "cutter" pois a vela precisa passar entre os dois estais de proa para depois ser caçada no outro bordo. No começo eu achava isto meio trabalhoso e ficava pensando em arrancar aquele estai de dentro (o da staysail) , mas agora, com mais prática e usando as duas velas abertas, ganho força na cambada com a staysail aberta, enrolo a genoa um pouco, caço a vela a sotavento, e assim que cruzamos o vento e volto a abri-la rapidamente. 

É claro que isto não é uma babada de se fazer, e muito menos prático para regatas, mas como este não é nosso objetivo, e as cambadas em cruzeiro são menos frequentes que em regata, da para fazer numa boa, até mesmo sozinho, se necessário. Coloco o piloto automático para fazer a cambada e controlo as velas tranquilamente com as duas mãos livres. 

 

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Resta somente ver o comportamento desta armação em orça e também em ventos mais folgados. Parece ser que em orça folgada e também no través, as velas duplas renderiam mais que uma genoa grande, já na orça mais apertada é possível que a genoa roube o vento e "estrangule" a stay sail. 

 

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É pessoal, são muitos detalhes para se estudar e conseguir tirar o máximo do barco em cada situação. Eu confesso estar muito feliz com os novos conhecimentos e também com as escolhas de armação e mastreação feitas em projeto e ratificadas por mim durante a construção. 

 

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É por isto que eu falo: vou com as três!!

E não é que enroladinhas elas também ficam charmosas.

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Agora é só esperar a próxima velejada para abrir a gennaker e ver como andamos!!