sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Foi assim mesmo ...

É pessoal, foi assim mesmo, uma grande e deliciosa velejada voltando da Ilha Grande para Paraty no último dia 18/11.

Valeu para lavar a alma e conhecer cada vez mais as manhas do meu Bepaluhê.
Os ventos eram de 8-10 kt vindos de SW no canal da Ilha Grande e depois rodou para SE, permitindo uma velejada em orça folgada até perto da ilha da Bexiga como já relatei no post anterior.

Espero que vocês curtam como nós a velejada e o vídeo.



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quase Cinquentão

Olá amigos,

 

Eu sei, eu sei … eu ando em falta com vocês. Faz mais de dois meses que não dou notícias e não posto nada no blog.

Eu, pessoalmente detesto quando fazem isto comigo e por isto fica aqui meu pedido de desculpas a todos os amigos e leitores do blog.

A família anda bem e sem problemas de saúde, mas foi a falta de boas velejadas que me deixaram distante do blog.

Mas agora tudo voltou ao normal, temos uma programação de fim de ano e início de 2013, se Deus quiser, cheia de boas navegadas e muitas milhas sob o casco do Bepaluhê.

Recomeçamos neste último feriadão do 15 de novembro com uma deliciosa velejada até a Ilha Grande. Para nós era tudo novo, os mares, a Ilha em si, as praias, os bares e tudo mais.

Para mim, que este mês cumpro 49 anos, não poderia ganhar um presente de aniversário melhor que este. E tudo correu conforme o combinado, boas velejadas, família unida curtindo o barco e as velejadas. Infelizmente desta vez o Paulinho não pode ir pois continua rachando de estudar e fazendo as provas de vestibular. 

Chegamos em Paraty no dia 14 a noite e antes de dormir aproveitei para testar a conexão do PC com a Chartplotter e correu tudo bem!! Transferi as duas rotas que eu havia preparado no computador e deixei tudo pronto para o dia seguinte. Fizemos um breve lanche, arrumamos tudo no barco e logo fomos dormir.

Dia 15/11

O  dia  amanheceu meio esquisito, parcialmente nublado, mas lá pelas 10 hs um vento SE de 8-10 kt já apareceu. Tomamos café, terminamos de arrumar algumas coisas no barco e demos saída na Marina do Engenho rumo a enseada do Sítio Forte na Ilha Grande. Nossa previsão era de 4 dias fora, e estávamos abastecidos de alimentos e combustível para os 4 dias. A única coisa que certamente faltaria seria água, pois minhas meninas ainda não aprenderam a arte da economia de água. 

 

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Fui seguindo a derrota traçada e perto da Ilha do Mantimento já aproei contra o vento e subi a mestra no primeiro rizo, isto pois o vento SE já se mostrava persistente na casa do 12-14 kt e eu queria uma travessia tranquila para a família num começo de feriadão. É verdade que eu tb queria sentir um pouco o barco com área vélica reduzida. Abri toda a genoa e assim seguimos mantendo uma velocidade de 5 kt. 

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Aos poucos percebi que a derrota traçada me colocava num ângulo de orça muito apertado entre 25-30 graus por boreste e então resolvi arribar um pouco e seguimos uma rota com orça folgada de 30-60 graus até quase a proximidade da enseada do Sítio Forte.

 

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 O vento se manteve constante e permitiu uma velejada deliciosa, com tempo nublado e vento frio. Fizemos a travessia em 5 hs "porta a porta" e chegamos na Ilha Grande realizados mas com o estômago roncando de fome. Como já tinha deixado tudo preparado, em menos de uma hora já estava saindo uma deliciosa paella que todos apreciamos e raspamos a panela. 

Fiz minha cesta remando até a praia para brincar com a Helo, minha filha pequena. "Não basta ser pai…"

O entardecer foi lindo e logo descortinou uma paisagem que ficaria marcada sobre nós, não a da beleza natural da Ilha, mas a do contraste com a evolução industrial e econômica do país, retratada na imensa plataforma de petróleo e do navio de perfuração que batiam a nossa porta. A noite caiu e mais uma vez ficamos de boca aberta, aquele navio mais parecia uma árvore de natal, cheia de luzes e brilhos, que à noite, escondiam e mascaravam a agressão que eles representam a natureza.

 

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Assistimos um "filminho" no dvd e fomos dormir.


Dia 16/11

Depois de uma boa chuva a noite, o sol começou a brilhar suavemente, e lá pelas 10 hs já tínhamos um bom mormaço. arrumamos tudo no bote e fomos curtir a praia de Ubatubinha, ali bem perto do Quiosque do Lelé.

 

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Foi um dia ótimo com muitas brincadeiras na praia e depois do almoço, no Lelé é claro. Um fato inusitado foi encontrarmos um pingüim perdido ali na praia.

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Depois do almoço fomos curtir um pouco o barco a rede e um descanso merecido, do que eu não sei, mas descansamos!

 

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A noite chegou bem estrelada e deu para admirar o céu e o contraste com a árvore de natal da petrobrás ali na frente.


17/11

Sábado estranho, amanheceu chovendo e depois foi firmando nublado mas sem chuva.

Como os tanques de água já estavam meio baixos aproveitei para abastecer de água ali mesmo no Lelé antes antes de partir. Para um novato naquelas águas achei fantástico poder abastecer em uma poita, rsrsrsrs. Tinha até fila de barcos!!

Saímos do Sítio Forte lá pelas 11hs e seguimos motorando até a enseada do Abraão na qual chegamos por volta das 13 hs. Ancoramos bem perto do pier onde atraca o Ferry Boat que faz o transporte do continente, um local um pouco mexido, com muitos barcos se movimentando e um swell entrando todo o tempo, mas como não pretendíamos ficar ali para dormir, valeu por estarmos perto para desembarcar com o bote na praia.

Preparamos um bom almoço (Macarrão com camarão e alho porró) e logo descemos.

Demos um rolê pela vila do Abraão, tomamos um sorvete bem gostoso ali na "Sorveteria Finlandês", caminhamos um pouco e voltamos para o barco. 

Como ainda era cedo resolvemos suspender e rumar para conhecer outro "point" da Ilha Grande: o Saco do Céu. Que lugar lindo e pitoresco!!

Natureza pura, restaurante dentro da água, restaurante fora da água, mais de 25 veleiros ancorados, outras tantas lanchas, lanchinhas e lanchonas. A noite chegou e o céu nublado não nos permitiu apreciar a fama noturna desta ancoragem. 

Mas, se por uma lado não se via o céu estrelado, por outro, pode-se apreciar o brilho das luzes de tops de mastro, neons de lanchas, luzes de restaurante e tudo mais. Bem divertido devo confessar. 

Para terminar a noite um joguinho de baralho a três para divertir e cama.

 

Dia 18/11

Dia de retornar para Paraty. Dia de sol!!

Saímos cedo da ancoragem e fomos em busca de uma praia para caminhar e nos exercitar um pouco. Ancoramos logo depois da enseada das estrelas, ali na praia de fora. Ondulação alta e incomoda, 4 metros de profundidade, mas suficiente para o que queríamos. Descemos logo para a praia e enquanto a Heloisa brincava na areia fomos nos revezando nas caminhadas. Ficamos ali uma hora e meia e logo suspendemos âncora e iniciamos a travessia de volta a Paraty.

Esta travessia merece um relato especial: que velejada maravilhosa!!! 

Mestra e genoa todas abertas, vento inicialmente de SW no canal, rondando para SE depois, sempre ao redor de 9-10 kt, constantes, garantindo uma velejada dos Deuses. Seguimos tranquilos, mantendo 5,5-6 kt de velocidade com vento variando de 30 a 90 graus por BB.

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Confesso que eu estava precisando dar umas velejadas como as que dei nestes dias. Queria sentir mais o barco e poder trimar as velas para cada situação. Fiquei muito feliz, deu ara sentir bem o barco o leme e confirmar o que já me haviam dito antes sobre os multichines do Cabinho: com velas bem trimadas o leme fica estável, quase não é preciso mexe-lo. 

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Enquanto isto, umas dormiam e outras aproveitavam o sol.

 

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Fizemos uma travessia de 4,5 horas, muito boa para a distância de quase 25 milhas. 

Chegamos na Baía de Paraty com calma e seguimos na vela até perto da Ilha da Bexiga quando o vento miou. Dali até a marina foi um pulinho.

Como só voltaríamos a São Paulo no dia seguinte, ainda pudemos aproveitar a noite em Paraty com um belo jantar para comemorar os meus 49 anos;

Sou quase um Cinquentão!!

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Até mais.