quarta-feira, 27 de março de 2013

De volta a cidade onde nasceu

Nem parece, mas no último dia 21/3 o Bepaluhê completou 2 anos de Batismo. Foram muitas velejadas, passeios e aventuras neste período. 

E para comemorar esta data tão importante resolvemos dar um presentão para ele, molhando seu casco nas águas doces do Rio Guaíba e dando aquela manutenção merecida.

 

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Bepaluhê chegando ao Clube Veleiros do Sul em Porto Alegre

 

Tudo bem que ao longo destes dois anos não fizemos grandes aventuras e que eu fiz mês a mês a manutenção preventiva necessária, mas nada como o olhar crítico e cuidadoso dos seus criadores para corrigir ou prevenir pequenas quebras. E também nada como um bom banho de tintas Coninco para deixar a aparência mais bonita e evitar aquelas cracas no fundo.

 

Aos poucos irei postando fotos da manutenção e comentando alguma coisa sobre os ítens mais importantes.

domingo, 24 de março de 2013

Um Presente de Deus

Olá amigos,

Hoje faz uma semana que deixamos a flotilha do CCS 2013 devido aos nossos compromissos de trabalho.
Também hoje, nosso Comodoro do CCS 2013 Philippe Gouffon  faria o enceramento oficial do cruzeiro junto aos comandantes e tripulações que puderam ficar em Florianópolis.

E para comemorar este dia maravilhoso e o presente que recebemos de Deus de ter participado deste cruzeiro e revisitado lugares sonhados de nossa infância, recebi um novo presente divino, vindo pelas mãos do nosso webamigo Saulo, a quem agradeço imensamente e deixo as gaiutas do Bepaluhê eternamente abertas.

Segue abaixo o presente recebido para compartilhar com todos os amigos amantes do mar, da natureza, dos barcos e das velas.

Parabéns aos idealizadores e a todos que ajudaram na realização deste lindo documentário.

http://imagem.camara.gov.br/internet/midias/TV/2013/02/tvcadocumentario20130222_mar_pequeno.mp4




segunda-feira, 18 de março de 2013

O Tempo de Deus e o Tempo dos Homens

Olá amigos, como todos já sabem chegamos em São Francisco do Sul há alguns dias atrás. Tivemos que adiantar um dia pois estava chagando um frente fria que iria estragar nossa travessia e nos prender em Paranaguá. 

Em São Francisco passeamos bastante pela cidade, apreciamos a arquitetura colonial com a forte interferência açoriana, fomos ao antigo mercado central e a Igreja de Nossa Senhora das Graças de dia para podermos entrar e agradecer as bençãos e a beleza desta viagem. 

 

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Igreja de Nossa Senhora das Graças

 

Conhecemos também o lindo e muito bem organizado Museu do Mar, nota 10, recomendo a todos que por aqui passem fazer este mini circuito de museus da cidade, igreja e também não deixar de comer o camarão do charmoso Restaurante Portela.

No dia 14/3 fizemos um delicioso churrasco no bar do Clube Náutico Cruzeiro do Sul, reunindo várias tripulações das embarcações que participavam do Cruzeiro Costa Sul e do Cruzeiro de La Amistad (Grupo de Veleiros Argentinos que após um ano passeando em águas brasileiras estão retornando ao seu país). Foi bem gostoso, cada um levou um pouco de carne e todos confraternizaram até o fim da tarde.

 

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Alegria das tripulações no churrasco de São Francisco do Sul

 

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As Almirantas do CCS 2013

 

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Tripulações do veleiro Conero (Cmdte Ubaldo) e Bepaluhê

 

Desde o início do Cruzeiro Costa Sul eu já sabia que teria que retornar a São Paulo para uma reunião de trabalho à qual eu não poderia faltar no dia 16/3 pela manhã. Sendo assim, e considerando que o Tempo de Deus estava nos mostrando que era hora de ficar bem quietinho em local abrigado, saímos de São Francisco e subimos a Baía de Babitonga até Joinville, mais especificamente no Joinville Iate Clube (JIC). Deixamos o Bepaluhê lá e voamos para Sampa. 

 

Como a previsão do tempo continuava pouco favorável para navegar rumo ao sul do país, ficamos percebemos que o nosso tempo estava se esgotando. A programação inicial era retornar no sábado a tarde e partir na madrugada de domingo para Itajaí onde nos juntaríamos ao Cruzeiro novamente.  Mas o Tempo de Deus nos mostrou que este não era o caminho e com as portas e janelas fechadas para rumar ao sul, todas as embarcações do CCS 2013 também subiram até Joinville e estavam ali no JIC aguardando as mudanças na previsão.

Ao chegarmos de volta a Joinville neste último domingo,  dia 17/3 já saíamos que nossa tempo havia se esgotado, que as férias acabaram e que o trabalho no hospital e no consultório nos esperava brevemente. A próxima janela para navegar rumo a Itajaí ou Florianópolis estava se abrindo somente para o dia 19/3 e desta maneira decretamos oficialmente o fim do CCS 2013 para o Bepaluhê e sua tripulação. Aproveitamos o último dia em Joinville para confraternizar com os amigos que fizemos, desejando a todos uma boa navegada e que sigam realizando seus sonhos. Alguns irão até Florianópolis e outros até Buenos Aires.

Desejamos a todas as tripulações do CCS 2013 e do Cruzeiro de La Amistad boas navegadas e terminamos aqui os relatos da participação do Bepaluhê no CCS 2013.

 

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Uma imagem para ficar na lembrança: caís do Restaurante Portela em SF do Sul

 

Abraços a todos e muito obrigado por olharem por nós.

Até Breve,

Paulo e Betinha

sábado, 16 de março de 2013

CCS 2013 - A Melhor Travessia Até Agora

Dia 12/3/2012

Tudo falava contra uma boa velejada pois as previsões eram de ventos fracos de quadrantes N/NE. O  dia amanheceu cinzento e ainda carregávamos o desprazer do encalhe do veleiro guia,  Amar Sem Fim, no entardecer do dia anterior, fato que nos impediu de chegar ao destino desejado da Ilha das Peças onde encontraríamos os outros veleiros da flotilha. 

Tudo preparado para a partida as 5 hs da manha, a maré estava subindo e permitiu o desencalhe do Amar Sem Fim com facilidade. O Jânio Preto, nosso guia, sugeriu que esperássemos mais uns minutos para o dia clarear pois havia uma bóia crucial para a nossa passagem e que estava sem luz.

 

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Cinco da Manhã, pronto para partir após o nosso cafezinho básico de todo dia

 

Por volta das 5:30 hs. a flotilha começou a navegar rumo a Ilha das Peças. Em pouco tempo o contato com o Veleiro Minerin do Cmdte Ariel e os outros dois veleiros argentinos que não haviam passado pelo canal do Varadouro por questão de calado, já era visual. Mudamos o nosso rumo e seguimos no destino do canal para deixar a Baía de Paranaguá.

 

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Flotilha ainda unida seguindo rumo ao canal de Paranaguá

 

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Veleiro Kilimandjaro do nosso Comodoro Philippe ao nosso lado

 

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Cmdte Paulo e veleiro Namastê ao fundo


O vento ainda era fraco, 4-5 kt entrando pela alheta de BB. Mas mesmo assim alguns veleiros já fora abrindo suas genoas para ajudar na navegação. A maré ainda era favorável, mas prometia uma virada no meio ou fim da saída do canal, e muitos veleiros do grupo temiam a maré contraria que poderia retardar a saída. No final, todos saíram bem no canal de Paranaguá e após a útlima bóia fomos percebendo as estratégias individuais, alguns aterrando mais e outros abrindo mais distância da costa.

 

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Abrindo o rumo para encontrar o vento


Como eu sabia que teríamos ventos moderados de NE fui me preparando para uma navegada com gennaker, abri bastante da costa nas primeiras horas enquanto o vento ainda era fraco. E por volta das 10 hs da manhã, já tendo cumprido quase um terço de nossa travessia, comecei a brincar. Subi o gennaker armado a BE e fui caçando o vento com bons ângulos qu evariaram de 50 a 120 graus. Com isto fui abrindo um pouco mais da costa, mas não tinha problema pois estávamos no primeiro grupo da flotilha e mesmo perdendo tempo sabia que chegaríamos em São Francisco do Sul antes da chuva prometida para o final de tarde. 

 

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Abrindo o gennaker

 

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Ajustando as velas

 

Velejamos quase duas horas com a mestra bem aberta e o gennaker armado no gurupés móvel que temos no Bepaluhê. Foi muito legal. O Sérgio, meu primo e tripulante desde Cananéia, e eu estávamos realizados. Velejar com aquele lindo balão assimétrico, em uma travessia oceânica, e com a tripulação em alto astral; não tem preço!!

 

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Alegria estampada na face 

 

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Uma imagem para ficar na memória

 

A Betinha mais uma vez foi uma  Almiranta de primeira, ajudou a subir e controlar as velas, tocou o Bepaluhê com maestria nos momentos que eu estava ajustando e trimando as velas e além de tudo, ainda nos preparou um delicioso lanche para o meio da travessia.

Os dois tripulantes, Sérgio e Fabiana, superaram as dificuldades, marearam um pouco mas conseguiram vencer os medos e enjôos, e finalmente nos brindaram com sua presença, companhia e amizade. Foi muito bom tê-los a bordo em mais este dia.

Depois de algumas horas abrindo nossa rota resolvi aterrar um pouco, demos um primeiro jibe meio problemático, mas no final conseguimos armar a vela a BB e velejar um pouco em direção a terra. Ao final esta decisão se mostrou muito acertada pois não só nos permitiu encontrar um bom vento, 9-12 kt contínuos até as 15 hs quando entramos no canal de acesso a SF do Sul, mas também encontramos o ângulo ideal do vento para navegar tranquilos até o final da tarde.

 

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Fazendo a criança voar

 

Depois de uma ilhota de pedra que agora me foge o nome demos outro jibe, agora perfeitamente realizado pelo Sérgio e por mim, armamos o gennaker novamente a BE e seguimos rumo entrada do canal.

Foi uma velejada maravilhosa, parecia que o barco deslizava, as rajadas de 12-14 kt levantavam a proa do Bepaluhê que dava uma pequena surfada e depois descia mascio o cavado das ondas.  Aos poucos eu fui encontrando os ajustes ideias das velas e os ventos ótimos para velejar nosso Bepaluhê com harmonia e tranquilidade. 

Chegamos em São Francisco do Sul por volta das 15:30 e seguimos para as proximidades do Museu do Mar onde soltamos nosso ferro com tranquilidade.  Ancoramos bem longe dos outros barcos e demos uma boa folga de corrente conseguir uma ancoragem segura e eficaz. Logo depois de ancorados já baixamos o bote, colocamos o motor e seguimos para aquele restaurante delicioso que fica ali na orla para comer um delicioso prato de "Camarões a Grega". Não sei se na Grécia fazem os camarões empanados e fritos em um espeto, com queijo derretido no meio e servido com um suculento arroz com legumes e uvas passas,  mas em São Francisco do Sul ele fazem. o prato é farto, serve duas ou três pessoas e sabor dos camarões e divino. 

 

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São Francisco do Sul e veleiro Minerin (Cmdte Ariel) vistos do Bepaluhê

 

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Entardecer em São Francisco do Sul

 

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Em cada porto uma nova benção; a Catedral de Nossa Senhora das Graças

 

Depois do Jantar, uma passeio pela cidade, visita a Igreja, caminhada pelas ruas, tomamos um delicioso sorvete da marca Paviloche (recomendo) e fomos dormir o sono dos Justos com a certeza de que havíamos feito a melhor travessia "so far" deste CCS 2013.

 

 

sexta-feira, 15 de março de 2013

CCS 2013 - Marujá e Varadouro

Depois daquela noite terrível com barcos garrando para cima do Bepaluhê, não tivemos coragem de ir passear na cidade e ficamos no barco mesmo. Na manha seguinte, dia 10/3, acordei cedo e fui dar uma olhada na maré, a vazante ainda corria solta e pesada e precisavamos esperar a proximidade do estofo da maré para podermos mergulhar com tranquilidade para liberar a corrente do eixo.

Deu tudo certo e ainda sobrou tempo para corrermos ao supermercado e fazer umas compras de reposição de mantimentos. A almiranta Betinha como sempre tomou a frente, fez a lista do que faltava e comandou a turma. Voltamos ao barco já próximo das 11 hs, horário limite marcado para nossa saída visando entrar no canal com a maré mais alta.

O caminho até o a vila do Marujá foi tranquilo, motorando todo o tempo e aproveitando para curtir a linda natureza a nossa volta. E olha que ali a natureza intocada e preservada da Ilha do Cardoso é quem dá o tom da música e da paisagem. 

 

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Os novos tripulantes: Sérgio e Fabi

 

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Todos em fila indiana

 

Próximo da chegada ao Marujá pegamos outra tempestade daquela fortes que fez toda a flotilha dançar de um lado para o outro. Nossa vela grande estava apoiada no lazzy jack com a capa aberta e sem amarras e com o vento entrando pela popa a vela se abriu e nos deu o maior trabalho. Felizmente o Claudio que estava no veleiro Kilimandjaro logo atrás de nós, me avisou pelo rádio e conseguimos contornar a situação. 

Ao chegarmos ao Marujá ancoramos tranquilamente próximo da vila, arrumamos o barco e fomos correndo aproveitar os últimos raios de sol na praia do Marujá: que local mais lindo!!!

Lembranças da minha infância! 

 

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Mostrando as belezas do Marujá para a Almiranta

 

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The Brothers


Praia de areia fina e densa, de cor branca para cinza, ninguém na praia, quilómetros de de mar e areia preservadas, com pouca ação predatória dos homens. Um vilarejo com algumas dezenas de famílias de pescadores que vivem ali há várias décadas, o campo de futebol, a escola e, para nossa surpresa, um barco ESCOLAR para buscar as crianças da população ribeirinha e leva-las a escola.

 

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Cidadania já!

 

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Sem palavras!!


Combinamos um jantar com PF (prato feito) de peixe no Restaurante da Valdete para as 19:30 hs. mas como entrou um vento meio forte no fim da tarde resolvi ficar no barco pra evitart transtornos futuros. O Sérgio e a Fabi foram jantar em terra e nos representaram na reunião dos comandantes que iria ocorrer as 19 hs. Tudo tranquilo, preparativos para a partida no dia seguinte que deveria ocorrer pela  manhã para chegarmos ao vilarejo do Ariri em tempo de almoçar e esperar a maré cheia para entrarmos no canal do Varadouro.

 

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O paraíso é aqui, no Marujá


O Ariri é um vilarejo um bem maior que Maruja,, faz parte do município de Cananéia, mas tem acesso por terra e não faz parte da reserva da Ilha do Cardoso. Por esta razão, desenvolveu-se ali um comércio um pouco mais ativo com venda de produtos alimentícios básicos e alguns restaurantes para atender aos pescadores esportivos e alguns turístas que circulam por estas bandas. Fundeamos no meio do canal com 5 mts de profundidade e descemos de bote direto para o Restaurante da Dona Maria; comemos um delicioso almoço "PF"com filé de pescada e molho de camarão + arroz + feijão + salada. Tudo muito bom e a um preço bem acessível.    

Aproveitamos para repor o gelo da geladeira de cervas e comprar alguns ítenms de reposição dos mantimentos.

 

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Todos ancorados no Ariri


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Aqui também tem barco escolar


Às 13;30 suspendemos rumo ao canal do Varadouro propriamente dito. Se bem que tudo ali seja de uma beleza e preservação únicas em nosso estado, e desde Cananéia a natureza já é exuberante. A passagem pelo Varadouro, como sempre, é cheia de truques de navegação que colocam um pouco mais de pimenta no te,mpero desta nossa viagem.

 

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Quem encalhar paga cerveja!!

 

O Bepaluhê, com a quilha levantada e calando 1,2 mts., não teve problemas para progredir pelo canal, mas alguns outros veleiros, como o Amar Sem Fim do Cmdte Ricardo e que leva-la o nosso guia (Jânio Preto, conterrâneo nosso de Iguape) acabou encalhando duas vezes. Houve trechos em que o Janio teve que descer do barco guia e ficar no bote de apoio nos mostrando o local exato para passarmos pois o canal navegável é bem estreito e pequenos desvios podem significar um encalhe.

 

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Milhas e milhas de mangues e canais intocados

 

Ainda neste dia fomos brindados com revoadas de diversas aves, mas o ponto culminante foram os Guarás, com penas de coloração salmão avermelhado, davam um colorido todo especial ao entardecer que já chegava.

Com todos estes cuidados a velocidade média foi caindo e o anoitecer nos pegou ainda há algumas milhas do ponto de encontro que seria na Ilha da Peças. Como a navegação noturna nesta região é muito perigosa devido a falta de pontos de orientação e boias iluminadas, optamos por fundear as margens do canal e paritrmos no dia seguinte com os primeiros raios de sol.

 

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Por do Sol em algum lugar próximo a Baia de Paranaguá

 

E assim terminou nossa passagem pela Ilha do Cardoso e Canal do Varadouro. Mais um sonho realizado!!

 

 

quarta-feira, 13 de março de 2013

CCS - Travessia Santos-Cananéia

Olá pessoal, ficamos fora do ar algum tempo pois as condições de internet não permitiram.

Estamos em São Francisco do Sul ancorados e esperando a frente fria passar. Ontem ventou 25 kt aqui na Baia da Babitonga e um monte de gente garrou e teve que sair correndo a noite para ancorar novamente. Mas depois eu conto todas estas estórias das ancoragens e dos ventos.

Vamos voltar um pouco no tempo e contar como foi nossa estadia em Santos. O Iate Clube de Santos é muito grande e tem amplas e confortáveis instalações. Ficamos lá dois dias fazendo nada. Foi bom pois deu tempo para alguns comandantes arrumarem seus barcos e fazerem algumas revisões que foram necessárias. O chato foi a burocracia do clube que impede que visitantes recebam convidados e por esta razão bloquearam a entrada do amigo Juca Andrade no clube, uma pena pois estava esperando recebe-lo em uma visita ao Bepaluhê.

 

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Visitando  o Museu do Café


 

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Passeando no Bondinho no centro de Santos

 

O restaurante do clube é muito bom e tem um café da manhã tipo hotel. A turma ainda estava meio acanhada e um pouco de ressaca da tempestade da chegada ainda rondava sobre nós. Fizemos um churrasco no veleiro Minerin e no outro dia fomos todos para o restaurante do clube Estrela de Ouro para uma boa confraternização de todo o grupo. 

A maior travessia deste cruzeiro começou tranquila,  saímos de Santos no dia 8/3 por volta das 11 horas da manhã com ventos fracos de NE, mas aos pouco o vento foi se firmando na faixa dos 8-10 kt permitindo uma boa navegada a vela até o fim da tarde, quando por precaução rizamos a grande para evitar transtornos e mantivemos a velocidade cruzeiro de 5 kt com o motor.

 

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Negociando a passagem

 

A noite transcorreu sem intercorrências,  e fomos acompanhando o trajeto e localização dos outros veleiros da flotilha pelo radar. Observamos também alguns barcos de pesca que nesya região costumam arrastar suas redes de arrastam em duplas de barcos, bem visíveis ao radar por sinal.

Ao amanhecer o dia,  tomando meu cafezinho para alegrar a manhã, observei ao longe o contorno da Ilha do Bom Abrigo, estavamos prestes a realizar mais um grande sonho. Nesta iha, protegida dos ventos de quadrante sul, meu irmão e primos costumavam acampar quando moleques. Aos poucos fomos chegando mais perto e a ilha foi se mostrando linda, imponente e acolhedora.

 

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Uma ilha chamada Bom Abrigo

 

Alí ficamos ancorados até as 12 hs quando toda a flotilha saiu em fila indiana, guiada pelo Marcos do Centrp Náutico Cananéia, para entrar na barra da Cananéia. Conhecida por ser meio traiçoeira e cheia de bancos de areia que mudam de um ano para o outro, esta velha amiga minha nos deu passagem e acolheu a todos do grupo com águas calmas e  maré enchente.

 

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Fugindo dos bancos de areia


Ao chegarmos ao Centro Náutico, fomos recebidos pelo Ser Marcos de forma carinhosa com duas lindas canoas cheias de ostras. Aproveitamos o almoço e as ostras para confraternizar e descansar.

 

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Canoa de ostras: uma tradição local

 

Mais tarde, já no início da noite, uma grande tempestade com ventos NW, com velocidade de 20-25 kt, fez alguns veleiro garrarem e virem para cima de nós. Em um determinado momento seguramos com o Bepaluhê o veleiro Namaste e um outro veleiro argentino de nome Golondrina do Mar. Foi um furdunço só, apesar dos arranhões no Bepaluhê, não deixou nenhum outro ferido.

No saldo final desta bagunça ganhamos também a corrente do Namaste enrolada em nosso eixo e impedindo nosso motor de rodar. Como estavamos bem fundeados enão havíamos garrado, optei por ir dormir e no dia seguinte trabalhamos para liberar a corrente do eixo antes de sair. Fica aqui meu agradecimento ao amigo Ricardo do veleiro Amar Sem Fim que nos ajudou a mergulhar e livrar a corrente.

Toda esta faina da corrente terminou lá pelas 9:30 da manha e tivemos que correr muito para abastecer o barco com água e diesel e ficar pronto para a saída as 11 hs rumo ao Marujá e canal do Varadouro. 

quarta-feira, 6 de março de 2013

CCS - Travessia Ilha Bela-Santos

Tudo prometia uma boa travessia, mas São Pedro nos deu um presente ainda a altura da primeira noite enluarada.

 

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É sempre bom pedir proteção para a próxima travessia!!

 

Partimos as 5 hs da manhã após um cafezinho preto para acordar. Nós, Bepaluhê, e o veleiro Conero, saímos do Iate Clube de ilha Bela e fomos na direção ao Saco da Capela onde nos juntaríamos aos outros barcos que estavam saindo do Iate Clube PInda.

Seguimos motorando rumo a ponta sul da ilha, cruzando poucos navios desta vez. Aos poucos o dia foi clareando, e o contorno da Ilha Bela foi se tingindo de rosa-alaranjado, uma beleza realmente. Talvez este seja um dos pontos altos desta viagem, conhecer e deslumbrar-se com a natureza brasileira vista do mar… algo realmente encantador.

 

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Amanhecer no mar

 

Próximo a saída do canal, aproveitamos um ventinho suave de nordeste e abrimos as velas. Durou pouco e o vento baixou novamente. Seguimos motorando mantendo a média de 5 kt. No través da Ilha de Alcatrazes o vento voltou e firmou-se por um bom tempo entre 6-8 kt , vindos de nordeste e depois rodando para SW.

 

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Flotinha navegando próxima

 

Velejamos e motoramos uma grande parte da travessia, tranquilos, com um mar pouco agitado com ondas de 1 metro, vinda de SE. A correnteza contra foi um dos incômodos e retardaram nossa travessia, pois tinhamos corrente contrária de 1 a 1,5 kt.

Foi mais um dia glorioso, velas abertas quase todo o tempo e motor a 1200-1500 rpm só para manter a velocidade e garantir nossa chegada antes das 18 hs. 

 

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Por volta das 16 hs, já avistavamos a cidade do Guarujá no  nosso través de BE, e brinquei com a Betinha: "psicologicamente já chegamos, só falta cegar fisicamente". 

Acho que a brincadeira deu maus fluidos, entrou um vento de SW que foi crescendo progressivamente, chegando a 15 kt com um ângulo muito fechado para eu orçar com minha genoa, então, e sabiamente como iríamos ver mais tarde, baixei a genoa e segui com mestra e motor. Ao deixarmos a Ilha da Moela e entrarmos na Baia de Santos, aquela mancha negra no céu que eu vinha monitorando foi se aproximando, vinha de SW, parecia que o céu iria despencar. Tratei de baixar a mestra e preparar para a chuva, que nos pegou dentro da Baía com navios para todo lado, tentando entrar no canal. 

O vento aumentou muito, batendo 30kt e adernando o barco bastante. Felizmente minha ALMIRANTA com "M" maiúsculo se comportou bravamente, trouxe-me o colete salva vidas com cinto de segurança e fomos seguindo lentamente até a entrada do canal. O vento roncava 25-30 kt, as balsas cruzavam a nossa frente.

De repente vemos um imenso navio se aproximando, seguindo as regras eu desvio para BE (boreste), mas ele havia feito o mesmo (ou simplesmente seguiu seu rumo dando uma banana para mim, sei lá) , percebo o rumo dele e mudo o meu novamente, agora para BB (bombordo), acelerando um pouco, e deixando o mesmo passar a minha BE, e ouvindo um baita buzinaço: foooom, fooom, fooom.

Entremos no canal do Iate clube e seguimos direto para o cais de convidados, como o vento ainda estava forte, foi muito difícil acertar nossa entrada na vaga, que aqui são demarcadas com estacas de madeira (trocos grandes). Tentei duas vezes entrar em uma vaga mas o vendo nos jogava para fora. Mudei de lado e encontrei uma outra vaga na qual entraria contra o vento, e finalmente conseguimos entrar. Fica aqui meu imenso agradecimento ao Comandante Ariel, do veleiro Minerin, que não mediu esforços para nos ajudar na atracação.

And That's all Folks!!!

Estamos no ICS descansando e esperando as condições para partirmos rumo ao sul, Cananéia na proa.

 

domingo, 3 de março de 2013

CCS 2013 - A Primeira Noite

Partimos calmamente, quase sem vento, sustentando no motor nossa velocidade.

Seguimos tranquilamente por um caminho bem conhecido até a Ilha do Mantimento, deixando a Ponta Grossa de Paraty e a Ilha do Catimbau a BE (boreste). Na sequência avistamos os contornos mal definidos da Ilha do Algodão e da Ponta da Cajaíba,  já aproados para a ponta da Juatinga (wpt 2MN de distância)

O céu estrelado já nos deixava claro a bela noite que teríamos. Lua minguante iluminando o caminho e mostrando aos navegantes o caminho a ser seguido.

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O mar estava um pouco agitado na Juatinga, com ondas de 1 a 1,5 mts, desordenadas. Depois da Juatnga o mar acalmou um pouco com vagalhoes de NE acompanhando o vento constante de popa. O Bepaluhê surfava as pequena ondas e assim seguimos até amanhecer. 

Rumo: Já era madrugada, passava das 2 da manha e mantinhamos o rumo 262

Vento: NE 5-7 kt

 

Deixamos a Ponta da Juatinga por nosso través de BE por volta das ….. hs. Até então mantendo uma média de 5,5 kt

Não fizemos turnos. Decidimos ficar acordado toda a noite juntos no comando, aproveitando para me habituar a esta navegação noturna e também para deixar a Betinha mais segura. 

 

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Os pesqueiros não deram trabalho desta vez

As luzes ao fundo nos mostravam o continente.

Deixamos  em nosso través: Ponta Negra, Ilha das Couves e Ilha Anchieta até aproarmos em definitivo para a Ponta das Canas, já na Ilha Bela.

O amanhecer foi maravilhoso com mar calmo, céu claro e vento NW de 6-7 kt. 

 

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Fizemos uma linda velejada até Ilha Bela. O vento foi aumentando lá pelas 8-9 hs, vento leste co 7-10 kt. Abrimos as duas velas e seguimos com 5 kt de méda até a ponta da Canas onde a flotilha se encontrou.

O resumo foi uma boa travessia, noite de lua e estrelas, mar pouco agitado e tripulação tranquila.

 

 

sábado, 2 de março de 2013

É hoje o dia

Tudo acertado!!

Previsão do tempo adequada, partiremos esta noite!

Que Deus nos acompanhe, guie nossos caminhos e ilumine o mar com seu sopro de amor e paz.